


O jazz club Village Vanguard tem 75 anos, e é um dos pontos fundamentais do jazz. John Coltrane e seus sidemen colaboraram para a sedimentação desse endereço. Em fins de 1961, com diferentes formações, Coltrane apresentou o que havia de mais estimulante em sua música: gravações espetaculares (e ao vivo) de Naima, Greensleeves, Chasin’ the Trane e India, com gente de grosso calibre e espírito inquieto: o saxofonista Eric Dolphy, o baixista Reggie Workman, o oboeísta Garvin Bushell e o esplêndido baterista Roy Haynes, além, claro, do quarteto citado lá em cima.
A caixa contém 4 discos nos quais alguns temas se repetem – mas as gravações são distintas. Por exemplo, o tema India aparece em 3 discos, Spiritual aparece em todos, mas Brasilia – com Eric Dolphy mostrando por que é um dos grandes – aparece em apenas um disco. A caixa é um achado não apenas sonoro, mas também gráfico: os artistas plásticos Geoff Gans e Hollis King capricharam nas cores e no traço, transformando a figura de John Coltrane em desenhos quase impressionistas. Uma beleza plástica, como é também plástico o som de um dos maiores músicos do século passado. Não importa: a música de John Coltrane é para sempre.

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