Rodrigo Razog

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Ao Vivo!

terça-feira, 13 de julho de 2010

JOHN COLTRANE "ROUND A MIDNIGHT"


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Um dos grandes quartetos de todo o jazz tem como líder John Coltrane que, para muitos, é o maior de todos os saxofonistas, sejam eles usuários ou não do tenor. Eu prefiro evitar comparações, mas chego a admitir que se não houvesse Sonny Rollins e Coleman Hawkins, Coltrane reinaria absoluto em qualquer época. Enfim, isso é outro papo. Bem, meu querido amigo John Lester, editor-chefe do Jazzseen, minha referência blog-jazz, presenteou-me há alguns meses com John Coltrane – Classic Quartet: Complete Impulse! Studio Recordings. Sim, sim: dou sorte com amigos.
Àqueles pouco afeitos ao jazz: o tal quarteto clássico é composto por McCoy Tyner (piano), Jimmy Garrison (contrabaixo) e Elvin Jones (bateria), além, claro, do líder em questão, John Coltrane. Agora imagine o presentão: 66 faixas – algumas inéditas – produzidas quando Coltrane estava em seu apogeu criativo, entre 1961 e 1965, sendo que um dos discos contidos na caixa é nada menos que A Love Supreme, o mais emblemático (para muitos o melhor) disco desse extraordinário músico.
O jazz club Village Vanguard tem 75 anos, e é um dos pontos fundamentais do jazz. John Coltrane e seus sidemen colaboraram para a sedimentação desse endereço. Em fins de 1961, com diferentes formações, Coltrane apresentou o que havia de mais estimulante em sua música: gravações espetaculares (e ao vivo) de Naima, Greensleeves, Chasin’ the Trane e India, com gente de grosso calibre e espírito inquieto: o saxofonista Eric Dolphy, o baixista Reggie Workman, o oboeísta Garvin Bushell e o esplêndido baterista Roy Haynes, além, claro, do quarteto citado lá em cima.
A caixa contém 4 discos nos quais alguns temas se repetem – mas as gravações são distintas. Por exemplo, o tema India aparece em 3 discos, Spiritual aparece em todos, mas Brasilia – com Eric Dolphy mostrando por que é um dos grandes – aparece em apenas um disco. A caixa é um achado não apenas sonoro, mas também gráfico: os artistas plásticos Geoff Gans e Hollis King capricharam nas cores e no traço, transformando a figura de John Coltrane em desenhos quase impressionistas. Uma beleza plástica, como é também plástico o som de um dos maiores músicos do século passado. Não importa: a música de John Coltrane é para sempre.

    Posted in: discos, jazz, música, música popular.

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